E aí tudo certinho? Eu espero que esteja tudo bem por aí. Hoje, gostaria de compartilhar brevemente minhas impressões sobre o livro Os Quatro Amores, do maravilhoso C.S Lewis, bora lá? Bora lá.
✒️ Quem foi C.S. Lewis?
C.S. Lewis foi um dos grandes intelectuais do século XX e um cristão influente. Professor da Universidade de Oxford, ele escreveu mais de 30 livros e deixou um impacto duradouro como professor de literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão As Crônicas de Nárnia, Cristianismo Puro e Simples, O Peso da Glória e, claro, Os Quatro Amores.
📕 Os Quatro Amores
Neste livro, Lewis convida o leitor para refletir sobre a essência do amor, dedicando um capítulo do livro para cada discutir uma faceta do sentimento. Em sua visão, o amor pode ser vivenciado de quatro maneiras distintas:
Afeição: o amor mais básico e instintivo;
Amizade: considerada por ele a forma mais rara de amor;
Eros: o amor apaixonado;
Caridade: o amor altruísta, o mais elevado e menos egoísta.
Em cada página lida, Lewis nos desafia a repensar nossos sentimentos, condutas e entendimentos sobre nossos relacionamentos com os outros, com nós mesmos e com Deus. Os Quatro Amores, neste sentido, se torna um livro muito didático e enriquecedor, demonstrando na prática como se pode vivenciar temperadamente cada um dos amores.
Sempre sagaz, ele nos traz reflexões sobre a espiritualidade cristã e sobre nossa conduta no mundo. A tipologia do Amor Dádiva e Amor Necessidade, por exemplo, é impressionante e a costura com a ideia de semelhança por aproximação e semelhança por abordagem é bastante pertinente para compreender a dinâmica de como os amores mundanos se aproximam do amor divino.
Brilha também aos olhos a diferença entre entre prazeres necessidade e prazeres de apreciação. Diferenciação que nos leva a pensar sobre nossa condição existencial e nos remete, embora não seja intenção do autor propriamente, a pensar em como somos seres estéticos. Sobre isso, inclusive, ele nos diz:
A mente humana está muito mais propensa a louvar e depreciar do que a descrever e definir p. 25
Lewis, a despeito de ser um homem do seu tempo, também possui observações interessantes sobre amor e sexo. Ele critica toda solenidade desnecessária em relação ao corpo e ao sexo. Além de nos ajudar a entender que o convívio pacífico com o corpo depende do reconhecimento que ele também uma dimensão cômica. Neste sentido, nos lembra Lewis, há comédia no corpo.
No último capítulo do livro, Lewis faz a diferença entre nossos amores naturais e o nosso amor por Deus e enfatiza a relação entre a graça e os nossos afetos. Ele destaca que as coisas do coração interessam muito a Deus, mas que a prioridade em qualquer amor deve ser o compromisso com Ele. Por fim, Lewis nos recorda uma importante verdade teológica: Deus ama porque é Amor e não porque somos amáveis.
📖 Últimas Palavras
Considero Os Quatro Amores uma leitura gratificante, leve e densa ao mesmo tempo. Lewis nos mostra que, quando Deus entra em nosso coração, nossos afetos nunca permanecem os mesmos. O amor de Deus transforma todas as dimensões da nossa vida. Para Lewis, o maior nível de amor gracioso é aquele que se naturaliza a ponto de ser feito de forma irrefletida, quase como quem respira. Por fim, ele termina o livro humildemente nos lembrando que aprender a amar é um processo contínuo e inesgotável.
Certamente, é um livro que lerei muitas e muitas vezes! E, bem, espero que você também possa dar uma chance para ele.
"Não existe investimento seguro. O simples fato de se amar é uma vulnerabilidade. Ame alguma coisa e seu coração certamente ficará apertado e possivelmente partido." (p. 163)
"O melhor dos amores, de qualquer tipo, nunca é cego." (p. 168)
"Tudo que não é eterno está eternamente ultrapassado." (p. 183)
Tecendo Conexões
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